O rapaz e a felicidade
Perto de uma determinada estrada, localizava-se uma casinha simples, com paredes feitas de varas e barro, cobertura de palhas de coqueiro e portas frágeis e singelas. Em seu quintal, havia uma plantação com árvores frutíferas, onde os pássaros, com cânticos melódicos, deixavam o amanhecer poético. Apesar de tanta humildade, a casinha era habitada por uma sensação harmônica, como quem é feliz com a felicidade de quem se ama na incondicionalidade.
Fonte de felicidade, era como o rapaz a considerava. Ele cuidava de um belo jardim para que a casinha ficasse enfeitada e perfumada. Ao amanhecer, pegava seu material de trabalho e ia para o roçado (lugar onde plantava sua lavoura), mas antes cuidava do jardim e agradecia a Deus por sua simples moradia em sinal de gratidão.
O jovem saía de casa todo feliz, e quando ele achava que estava no cume da felicidade, ficava ainda mais feliz, como se fosse possível medir a sua intensidade. Havia, porém, uma explicação: além da esplendorosa paisagem e do encanto que o caminho despertava em seu coração, também existia uma bela jovem de beleza sublime, que morava um pouco distante de sua casa.
Sempre que a avistava, dava um jeito de chamar a atenção dela e, durante uns cinco minutos, ficava vidrado e sem piscar os olhos. Ele ficava fascinado diante da bela moça que era dotada de uma riqueza na essência, a qual fugia de qualquer definição. Ela sabia que, na alma do rapaz, residia um amor sublime, e que por ela personificava-se na forma de felicidade. A jovem gostava e procurava cultivar este amor que, até então, parecia impossível de se viver.
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