A colheita
Surpreso pela quantidade da colheita, o homem resolveu sair pela cidade oferecendo os frutos do seu trabalho, mas ninguém queria, seja pela falta de dinheiro ou até mesmo porque não estavam precisando.
Após um dia de andanças pela cidade, ele começou a refletir e, com o tempo, chegou à conclusão de que toda aquela fartura não podia ser perdida. Ele resolveu fazer doações para pessoas que gostavam de plantar e não tinham obtido tanto sucesso quanto ele. Não esqueceu também daqueles que estavam passando fome e fez doações. Enfim, doou alimentos para todos.
O tempo passou e logo recomeçou o período de chuvas, consequentemente, o tempo de plantações. O homem preparou as ferramentas, colocou o chapéu na cabeça e o bisaco de lado, e saiu em direção ao roçado. No caminho, percebeu a alegria dos vizinhos: uns sorrindo, outros cantando, e ele os cumprimentou e seguiu seu destino.
Chegando ao roçado, ele percebeu algo que não lhe agradava; várias pessoas ocupavam a área de terra escolhida por ele para plantar seus grãos de milho e feijão. Eram pessoas que acreditavam que aquele local era o melhor, pois o homem tinha lucrado bastante. Queriam para si e expulsaram o homem de lá.
Depois do ocorrido, o homem voltou para casa, desistiu do roçado e, com o passar do tempo, consumiu toda sua colheita. Preso em sua melancolia, começou a não mais querer fazer nada. Veio a fome e, com ela, a falta de esperança. Os vizinhos assistiram a tudo, e quem ele ajudou o ignorou.
Por fim, chegou o fim. Descansou.